«O Amigo do Povo agradece penhoradamente a todos os que lhe acenaram um cumprimento, franquearam a porta e deram as boas-vindas, nomeadamente aos primeiros dois comentadores, o Filipe Moura e a Miss Pearls, e aos weblogs O Insurgente, A Arte da Fuga, O Acidental, Blasfémias, Bomba Inteligente, Só Alguns Pensamentos, Câmara Corporativa, Na Margem da Alegria, Bombyx Mori, Novissimo Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela, O Vilacondense, Fuga Para a Vitória, Solvstäg, Povo de Bahá, Insónia, Portugal Contemporâneo, Berra-Boi, 1 Minuto, Crónicas do Pete, O (Mal)Dito[seu dito, nosso feito], Super-Mário, Cibertúlia e Timshel
In "O Amigo do Povo"
Olá minha gente! Foram cívicos, amigos do povo? Enterraram o voto na urna, Excelências? Uma vez a cruz lá caída, já se sabe: com ela também morreram algumas das promessas. É bom não esquecer essa prova quotidiana. Bom, o que me leva de novo a chatear Vossas Excelências, não é? Venho agradecer, seguindo os augustos ensinamentos da minha querida mãe Maldita. Desde o berço, cantava ela: «Nunca vires a cara ao teu semelhante, seja ele político ou mendigo.» Ora cá estou, também eu cantando, para vosso evidente agrado! Sou honrado, e sempre que sei que falam de mim, não viro costas (porque não tenho peito de arrogante), e, fazendo uso do meu escasso leque de palavras, lá digo o que o coração dita. Bate ele: Vossas Excelências foram probas. Procederam muito honradamente ao referirem este espaço que continua com forte determinação (e já com alguns votos populares!), em busca do merecido título: "O (Mal)dito", e não "O (Mal) Dito", como por lapso - estou certo que foi engano - apareceu no vosso inigualável blogue. O meu "dito" é minúsculo, e grafando-o com maiúscula, tudo muda. Sois inteligentes, ó amigalhaços do polvo: descortinastes o duplo sentido que aqui se encerra! Mas mesmo que tenha sido um acto a Certos olhos falho, isso é perdoável, como tudo se perdoa, porque só Um pode de facto Julgar, não é, Excelências? É, pois. E também eu Lhe peço perdão. Porquê, Excelências? Porque estou a rebentar de orgulho por ter sido mencionado no vosso reduto. Ainda por cima fui o único que mereceu comentário da parte das Excelências! Foi um vosso "feito", sim senhor; vosso, Excelências, sempre vosso, porque eu nada faço, só rogo (quem não pede não ouve Deus, não é assim?) e rastejo por essa deusa que sabe ser puta - a Fama -, dona de duas vísceras: a interna, Excelências, que fervilha no lodoso sangue que corre veloz nos canos da vaidade própria, e a eterna, que é exangue perna amputada de pobre morto. E as putas já se sabe: são fodidas! Chocadas, Excelências? Oh, o vernáculo ao povo pertence!, e quem despreza os símbolos do povo (que afinal, quer se queira quer não, contribuem para a evolução da Língua), está de costas voltadas para o enriquecimento cultural desta vetusta nação. Disso, há que ter noção!
(Aproximai-vos almas ignaras, que não vedes o subtil piscar de olhos do Poder Maior, e que confundis bem com mal, bom com mau. Divulgar a palavra! Divulgai a palavra! Viva o pequeno que ainda fala!)
E mais uma vez me excedo na escritura, salvo seja. Vou já acabar. Desta maneira: Um grande e sincero bem-haja, Excelências, porque - palavra de honra - tiveram honra na palavra! «Seu dito, nosso feito»: não desdenhas com a rugosa cara da indiferença! E voltem sempre, porque isto de ser amigo (pelo menos no meu peito) não é só divulgar: é também aparecer, conversar, desabafar, contar com ele tanto na época da escassez como nos tempos de abundância. E de coração espero que alguma das minhas palavras tão saloias como (mal)ditas tenham tremido e consequentemente feito eco nas vossas Excelentes cabeças. Até que um dia, se esta mona se lembrar, os volte a contactar! Mas não desertem já: andem mais um bocadinho (para baixo) e vejam lá se reconhecem alguma daquelas caras. Conhecem? Gente famosa, Excelências! Gente com quem um dia hei-de almoçar. Ai não!
(Não caibo em mim de contente! Gente amigalhaça, pá! Já lá estou, ao lado de outras Excelências! Agora é que vai ser! A fama, por este andar ligeiro que lhe observo, está a bater à porta num instante. Até já ouço os seus passos, poderosos, com certeza. Pum, pum, pum – tudo estremece. Aproxima-se… e aqui está: Toc, toc, toc. Toca a escancarar a porta para deixar entrar essa brisa da mudança! Ah, grandes gentes que és do povo e ao povo acenas, respondendo! Abençoada honradez que ainda transpiras em alguns rostos!)

segunda-feira, janeiro 23, 2006 by Ah, maldito!