O (Mal)dito

(Ah, a inveja que me corrói, catano! Não hei-de ir para o Inferno sem conhecer esta bela gente! Ai, isso é que não, queridas Excelências! Sempre foi o meu sonho: Petiscadas famosas no seio das almas mais inteligentes e influentes da província… e depois da pança cheia, toma lá: um charuto em lábios colados à direita! Ah, honrada e abençoada boca! Isto é que é vida, às claras mostrada, e “sem” outro “motivo aparente” que não seja o de cuidar da aparência e aparecer ela fotografada em filinha indiana, cuido eu. Muito bom se prevê o futuro da nação! E do mundo!, que o mundo é uma revista cor-de-rosa! Acho bem! Não estamos aqui para enganar ninguém! E quem quiser ser recrutado, que vista a camisola! É o meu caso, Excelências! Como é bela esta vida recheada de “prazer” que na onda da banalidade morre na praia do país que já foi de poetas e que agora vive das bocas e das acções dos patetas! Hei-de ser um deles. É o que sempre vomito: Está ao teu alcance, maldito! Está ao alcance de qualquer patego! Pensava eu que tinha que dar ares de inteligente, mas - oh, espanto! - falam como a gente! As pessoas da alta cultura moderna (essa barrela!) são iguais às gentes que por aqui se reúnem nas jantaradas domingueiras. Já não há dúvida: Tudo isto é uma aldeia! Ah, macacos, que não hão-de fugir por muito mais tempo! “Reflexões” sobre arranjinhos namoradeiros, fotografias e “emplastros”? Como é bom pastar neste campo! E estou convosco, ó Excelências fotogénicas: A vida é para ser gozada! Angariar amizades construídas com sólido betão, e lá vai a gente por essa estrada fora, rindo e cantando, que isto é uma alegria das danadas! Porque tudo isto é a tristeza travestida de alegria, tudo isto é provincianismo blogo-esférico. E eu, maldito seja, se não andar por cá! Sim, Excelências, porque há muitos serviços: uns que se julgam públicos; outros, pudicos!)

segunda-feira, janeiro 23, 2006 by Ah, maldito!